Eu e Yuri nos conhecemos em Bogotá, em 1974. Ele estava em uma clínica de reabilitação para dependentes sexuais/fãs de Metallica/bebedores de coca-cola e eu estava lá apenas para passar o final de semana porque eu acho clínicas de reabilitação divertidas. Em duas semanas internados em quartos contíguos, nós, apenas nos comunicando através do vão da porta, conseguimos descobrir a cura para o câncer, a Aids, o Ebóla, e em parceria com Nelson Motta, compusemos “A Cura”, para o Lulu Santos. Foi nesse ponto que os médicos do local acharam que nossos casos eram graves demais (afinal, músicas para o Lulu Santos…meu Deus…) e nos deram alta, nos enviando para Malta, a ilha. De onde nós rapidamente voltamos, porque não tinha nada de legal por lá.
Foi uma imensa surpresa então quando nos reencontramos no Colégio Militar, em 3657 (pelo calendário judaico). Lá nos tornamos novamente amigos, fundamos um jornal, fomos punidos por termos fundado um jornal, continuamos o jornal mesmo assim, e quando todos já tinham se acostumado nós paramos com o jornal, apenas porque somos babacas. Foi graças à Yuri que conheci a lendária Visconde do Rio Branco, onde desenvolvi uma dupla personalidade, engordei sei lá quantos quilos, tomei os maiores porres da minha vida e descobri que “não sou praieiro, tô solteiro, funileiro e vou pular no cesto de lixo”.
Yuri também estava próximo quando apanhei (e ele mais ainda) naquela maldita festa de 15 anos onde um amigo nosso foi príncipe, quando meus dois namoros terminaram, quando meu pai perdeu o emprego, quando eu estava jogado em casa sem dinheiro, quando meu avô morreu e naquela noite em que eu quase entrei em coma alcoólico por causa de vodca russa feita em Cuiabá. Ou seja, apesar de não me dar sorte, Yuri é alguém com quem eu posso contar.
Durante todos esses anos Yuri foi meu amigo, colega, goleiro esporádico e editor. Ainda que eu não tenha publicado nada…E em mais de dez anos de amizade eu posso dizer, com convicção, que Yuri só vacilou comigo uma vez. E sempre se pode dizer em defesa dele que a bola fez uma curva, ele realmente achou que poderia dar um golpe de vista e o Ramos nunca mais vai acertar um chute daqueles.
É por essas e outras razões que gostaria de usar esse espaço para desejar as mais sinceras felicidades ao Yuri, assim como os meus parabéns. Não só pelo seu duplo 12 como também, e tão importante para você quanto, pelo fato do Metallica ter voltado a lançar discos decentes. Já era tempo, pô…
Porra, bicho…
Porra…
“Ou seja, apesar de não me dar sorte, Yuri é alguém com quem eu posso contar.”
aAHeuheuAHEUAEAE
Eu ri alto nessa parte.
10 anos de amizade e nunca publicou nada? Sacanagem, hein? Eu te conheço há menos tempo e já publiquei dois textos seus! (Não, não esqueci que tenho que te mandar pelo correio. É que eu sou meio enrolado mesmo…)
E Jão, quer uma novidade bombástica? Aguarde para ouvir notícias minhas!
Quanto ao Yuri, parabéns! Principalmente pelo disco do Metallica (ontem mesmo saiu uma página inteira na Gazeta, de Vitória, que eu só fui ler hj de manhã. A coisa parece ser boa mesmo…)
Porra, essa merda tá me boicotando de novo????
E viva o gordinho. Iupiiii
Tá, eu nunca publiquei nada, mas duvido que alguém já tenha emprestado mais dinheiro e pago mais cerveja que eu!
Humpf…
E tenho dito!