Cinema Mudo – Paralamas do Sucesso: Todo mundo tem um primeiro disco, aquele que marca a sua transição do “ouço as coisas que meus pais têm em casa” para o “ouço as coisas que eu roubei da casa do meu tio”, então eu posso dizer que foi essa a função dos Paralamas: me retirar daquele duelo constante entre o Oswaldo Montenegro da minha mãe e o Chico Buarque do meu pai e introduzir no ambiente da casa um pouco do meu gosto pessoal (que na verdade era o gosto pessoal do meu tio, mas qualquer coisa valia pra não ouvir mais a frase “voa condor, voa coooondooooor”). Por isso ainda que os grandes hits desse disco tenham sido “Vital e sua moto” e “Cinema Mudo”, músicas como “Foi o mordomo” e “O que eu não disse” ainda são constantemente cantaroladas por mim e fazem parte das minhas lembranças mais antigas de infância junto com ver Macgyver na sala enquanto bebia Toddy e crescer frustrado porque nunca me davam um transformer no natal.
Be Here Now – Oasis: E houve uma época em que todo mundo ouvia Oasis, todas as rádios tocavam Wonderwall, toda galera antenadinha cantarolava “Champagne Supernova” e no Fantástico os irmãos Gallagher apareciam dizendo que eram mais importantes que os Beatles, Jesus Cristo, Churchill, Pelé e até mais importantes do que vencer ou do que participar. Mas nessa época eu não falava inglês, então não me importava com nada disso. Mas alguns anos depois, quando a língua de Shakespeare começou a fazer algum sentido pra mim, eu acabei comprando “Be here now” e descobrindo que, ainda que não fossem nem metade do que pensavam ser, os Gallagher realmente eram muito bons naquilo que faziam.
Greatest Hits – Bob Dylan: Um dos primeiros discos que eu ganhei de presente foi o disco de estréia do Skank, quando eles ainda nem tinham gravadora e tal. E mais do que me apresentar a banda o disco serviu por duas coisas: a cover de “Let me try again” (a primeira vez que me empolguei com Frank Sinatra) e “Tanto”, uma versão de “I want you”, do Bob Dylan, que fez com que eu mais tarde tivesse curiosidade de comprar um coletânea do cara pra saber como era a música no original. E bem, era Bob Dylan, certo? Então na quarta faixa da coletânea (“It ain’t me babe”) eu já sabia que realmente estava diante de algo espetacular e que a versão do Skank era um sacrilégio nível “vou me vestir de diabinho só que sem a parte de baixo da roupa e tentar encoxar o papa enquanto ele reza a missa do Galo”. Até hoje tenho o CD, ainda que tão arranhado que possivelmente não sirva pra nada além de um jogo de frisbee meio precário.
Blue Album – Weezer: Assim como um homem apaixonado consegue se recordar com todos os detalhes da primeira vez em que viu sua amada, eu posso descrever com muita facilidade a primeira vez em que eu ouvi Weezer: oitava série, um sábado, eu estava em casa na frente do computador procurando músicas no Napster enquanto esperava o Cine Privê começar, muito chateado porque a minha namorada na época era uma garota excessivamente comunicativa [eufemismo #1] que gostava de sair sem mim [eufemismo #2] e que possivelmente tinha alguns problemas com conceitos como fidelidade [eufemismo #3]. Aí eu topei com uma música chamada “No one else”, sobre um cara que tinha dificuldades com a namorada um tanto quanto sociável demais [eufemismo #4], gerando um impressionante nível de identificação que me fez baixar todo o cd naquela noite (o que, como a internet era discada, demorou realmente a noite toda) e descobrir ali o que seria o meu grupo favorito pelo resto da vida. Bonito, não? Exceto a parte sobre o Cine Privê, claro. Essa eu realmente não precisaria ter compartilhado com vocês.
Maybe You’ve Been Brainwashed Too – New Radicals: Ainda que o New Radicals tenha durado apenas dois anos e tenha acabado com a saída do Gregg Alexander (o que pode ter alguma relação com o fato dele ser o vocalista, compositor e tocar quase todos os instrumentos na banda), ainda que eles tenham lançado só um disco e esse disco seja meio gospel, por assim dizer, ainda que esse disco mal tenha tido dois singles e ainda que o único sucesso da banda seja uma música da qual eu não gosto tanto (“You get what you give”), esse disco vale por ter colocado na minha cabeça a música mais obscenamente grudenta de toda a minha pré-adolescência, aquela contra a qual eu luto até hoje, aquela cuja letra eu consigo cantar mesmo sem tê-la ouvido nenhuma vez nos últimos 5 anos e cujos versos seriam as únicas coisas das quais eu me lembraria se perdesse completamente a memória…Crying like a church on monday. Deus, vocês não tem idéia de como eu odeio essa música. Mas o CD é muito bom, sério. Ou menos. Cos’ i’m cryyyyying like a church on mooooondaaaaayyy…
ai que lindo ^.^
a primeira banda que eu ouvi muito, depois que deixei de ouvir musica de criança, foi paralamas do sucesso. meus pais tinha uma fita de video daquele show “vamo batê lata” e logo depois compraram o cd. eu tenho esse cd no pc e ouço ate hoje.
em 1997, eu tinha 13 anos e fui a um show deles. chorei horrores, foi lindo.
tambem lembro do be here now (meu primo fã de rock inglês que me mostrou) e dos clipes na mtv (que no meu caso, eram fitas vhs que as pessoas gravavam e eu alugava no japão, pra poder ver o top 20 brasil).
o resto dos cds eu nao conheço (apenas o weezer, mas nunca tive um CD deles, só musicas soltas).
aos 14 anos eu era dois opostos: ouvia hanson e começava a me interessar por punk rock.
entao gastava todo meu suado salarinho em lojas de cd japonesas atras de singles e raridades do hanson e do green day.
com o tempo fui esquecendo o hanson e me focando no punk e no hardcore.
e fiquei nisso por um bom tempo (ouço ate hoje, mas bem menos).
Pow… 1º CD que eucomprei foi Titãs acústico… E logo depois Legião Urbana Mais do Mesmo. E então veio o Aerosmith pra me colocar de vez no mundo do Rock, isso com uns 13 pra 14 anos.
Já com uns 16 anos conheci a banda que iria mudar tudo, o Pink Floyd, e ai me perdi no meio da progressividade e psicodelia…
Eu já andava me sentindo um pouco saudosista ultimamente, e esse texto (e até o comentário do Jeferson) só vem para contribuir…
Eu comecei a gostar de rock depois de ouvir o acústico dos Titãs, isso em 1997. O show deles veio aqui a Valadares, e foi um dos dias mais memoráveis da minha adolescência. Naquela época eu também era muito fã de Oasis, Aerosmith e Guns n’ Roses (até hoje e para sempre: minha banda favorita).
Meu top 5 de discos da adolescência talvez não tenha mudado tanto de uns 13 anos pra cá. Cabeça Dinossauro, dos Titãs, e o Appetite for Destruction, do Guns, ainda estão na coletânea q eu levaria para uma ilha deserta (junto com o Every Picture Tells a Story, do Rod Stewart, e outros dois a definir). De uns tempos pra cá me bateu uma nostalgia com o Oasis, me pego cantarolando algumas músicas, e fiquei felizão ao achar algumas canções num cd aleatório de mp3 antigo q eu tava “zapeando” esses dias.
Fora isso, rolei de rir com sua experiência no napster (ah, os tempos da internet discada…. Era meia hora para baixar uma música de 5 minutos, e era recompensador ouvir a faixa depois), principalmente a parte do Cine Privê (outro clássico da adolescência de meados dos anos 90). Mas, puxa vida, New Radicals????
eu amooo o filme da foto… Alta Fidelidade ! .. é muito bom ;D
e concordo muito com voce em Oasis e New Radicals .. partilhamos dos mesmos discos (=
Bem… Você devia ter prestado mais atenção ao nome do disco do New Radicals. Não é a toa que a música grudou na sua cabeça.
meu primeiro CD foi o CD de estréia do KLB (é, eu não precisava compartilhar isso também.)
Hahahahaha. Rindo do post e do comentário da Fernanda…
Seu texto me fez ter uma homesick level hard, pq todas essas musicas e passagens me fizeram lembrar tao hardvelmente (adoro fundir idiomas ha) de casa, da minha adolescencia e todo.
Nossa, New Radicals eu ouvi até o cd (pirata, logico) gastar, sério, e depois que eles acabaram com a banda eu vi uma materia na MTV dizendo que eles apenas queriam fazer um milhao e quando conseguiram acabaram com tudo, motivo super nobre nao acha? rs
E You get what you give nao é de fato a melhor musica do album, mas ja experimentou ouvi-la em um dia de fossa completa, ela muda a sua vida, sério, musica auto-ajuda felicidade obrigatoria FODA !! hahaha
Meu primeiro disco foi uma coletânea do A-ha, lá pelos idos de 89. Depois disso, lembro que ganhei uma fita cassete com V, do Legião, quando perdi noites tentando aprender a tocar “Metal Contra as Nuvens”. Depois veio Legend, quando descobri Bob Marley e me afundei de vez no mundo das drogas.
Mas o disco mais marcante de minha vida Nativus, aquele de 96, 97, por aí … Tudo porque passei um verão inteiro numa ilha longe na civilização e a única coisa musical que tinha por lá era essa pérola! Até hoje “Liberdade pra dentro da cabeça” ecoa em meu subconsciente…
Abraços!