#1
Escritório lotado, começo da tarde. Por alguma razão todos usam seus telefones de trabalho no viva-voz, como se estivessem jogando aqueles simuladores de direção com volantinhos enquanto falam ao telefone, o que seria muito legal mas não é verdade. Ao meu lado uma colega começa a discar e logo em seguida tenho acesso ao seguinte diálogo.
“Boa tarde, eu queria marcar uma aula com o professor Kumon”
“Como assim professor Kumon, senhora?”
“Minha amiga, Sandra, me recomendou as aulas particulares de matemática do professor Kumon”
“Então, senhora, aqui é o curso Kumon e nós temos sim aulas particulares, se a senhora quiser”
“É isso, mas eu quero ter as aulas com o professor Kumon, só com ele”
“Senhora…então…nós não temos um professor Kumon aqui. Kumon é o nome da escola, certo? A senhora não sabe o nome do professor que a sua amiga recomendou?”
“Mas ela me recomendou o professor Kumon. Só não lembro o primeiro nome dele…Acho que era Neto. Isso, Neto Kumon.”
“Neto Kumon? A senhora disse Neto Kumon?”
“É, minha amiga disse que estava tendo aulas particulares com o Neto Kumon. E eu só quero ter aulas com ele, não vou aceitar outro professor.”
“Neto Kumon?”
“Isso, Neto Kumon, eu já falei”
“A senhora tem certeza que [risos abafados] a sua amiga não falou [risos menos abafados] que estava tendo aulas particulares com o método Kumon [riso escancarado] e a senhora entendeu Neto Kumon? [riso histérico e descontrolado beirando a auto-asfixia]”
[longo silêncio]
[viva-voz é desligado]
#2
Escritório vazio, final da tarde. Por alguma razão quase todos já foram embora como se já tivessem terminado suas atividades e não tivessem nenhuma planilha escrota com 200 campos pra preencher, o que no caso deles é verdade mas no meu caso não. Estamos no escritório apenas eu e mais dois colegas. Um deles grita pro outro que recebeu um arquivo rar mas não tem o programa necessário para descompactá-lo e nem consegue baixar porque todos os sites de download de programa estão bloqueados. O outro diz que não precisa se preocupar porque ele tem o programa e vai enviar por email. Grita que enviou. O primeiro diz que recebeu mas não tá abrindo. O outro diz que é pra olhar de novo e que se tiver dado qualquer problema é porque ele mandou zipado, pra economizar espaço. O primeiro, até a hora em que eu saí pra casa, continuava tentando fazer funcionar.
Putz, mandou o programa pra descompactar zipado? Caramba. Tem certeza que é isso foi no Brasil?
http://asabiaignorancia.blogspot.com/
Pior de tudo é saber que as chances de ter acontecido exatamente assim estão próximas de 99,99%.
Né não?
A burrice humana é sempre, sempre surpreendente.
Muito bom!
Um abraço, Neto!
isso não aconteceu, né? me recuso. hahahaha. o/
Juro que prefiro acreditar que estes dois fatos são frutos da sua fértil imaginação!
JURO!
Só pode ser montagem!