Como todo mundo sabe, 2007 foi uma droga. Sério, foi péssimo. Numa escala de ano ruim que fosse de 0 a 10, sendo 0 um ano muito bom e 10 um ano muito ruim, 2007 teria sido 18,45 e subindo. 2007 foi um desses anos em que eu fiquei feliz por não morar em Júpiter ou Saturno, porque isso faria o ano ser mais longo (além de que se eu morasse em Júpiter ou Saturno eu não iria conseguir respirar e meu corpo seria desintegrado pela densidade da atmosfera, mas isso só serviria pra tornar meu ano pior ainda, concordam?).
Mas já 2008 foi um ano diferente. Se 2007 foi o ano da derrota total, 2008 foi um ano de descobertas, tanto sobre mim quando sobre a minha forma de ver e me relacionar com o mundo. E, vale ressaltar, um ano em que consegui passar por profundos processos de mudança pessoal e auto-conhecimento sem virar gay, que é o que costuma acontecer com quase todo mundo que “se descobre” ou “aprende muito sobre si mesmo”, ou seja, eu realmente não me saí mal.
Em 2008 eu aprendi que não sou tão legal quanto eu achava e na verdade consigo ser até bem sacana de vez em quando; descobri que não existe revista em quadrinhos que não seja passível de download; descobri que sim, você é responsável pelo que cativa, então tente evitar isso de cativar as pessoas, sério; descobri que sexo casual é um dos poucos conceitos no universo que é tão divertido quanto parece; aprendi a andar de metrô em SP sozinho; aprendi a andar de ônibus no Rio sozinho (mas prefiro não abusar da sorte…); aprendi que eu demoro mais tempo pra esquecer as pessoas do que eu gostaria; que eu sou capaz de conseguir coisas que eu achava muito complicadas (o que não prova que eu seja melhor do que pensava, apenas prova que as coisas…não eram tão complicadas assim); que eu gosto mais de dinheiro do que eu imaginava; que eu não bebo mais como eu bebia antigamente; consegui ver uma história em quadrinhos minha desenhada e um conto meu publicado; voltei a jogar futebol society; fiquei com mais garotas do que jamais tinha ficado em um ano (contados os carnavais de Rio Branco); comi comida japonesa (e achei…besta…muito besta…); vi namoros terminando, começando, terminando de novo, começando de novo e terminando de vez; descobri que as decisões desastrosas que eu tomo na minha vida pessoal têm reflexos muito positivos na minha vida profissional e eu acho que a troca vale a pena; passei a ficar emocionado com propagandas da Petrobras; e claro, a mudança de vida mais importante de todas, passei a usar camisas pólo. Mas, claro, depois farei um post apenas pra falar sobre esse tema.
Em suma, foi um ano de aprendizado. Se 2007 foi o ano em que as coisas acabaram, 2008 foi o ano em que, ao que parece, foram lançadas as bases pra que 2009 as coisas finalmente recomecem. Ou não, eu não virei otimista esse ano, seria mudança demais pra apenas doze meses.
Playlist de 2008
I’m a realist – The Cribs
Do me a favour – Arctic Monkeys
Lover in the snow – Rivers Cuomo
Tought i knew – Weezer
Railroad – The Zutons
300 km/h – Autoramas
Dude (i totally miss you) – Tenacious D
Vanguart – Mallu Magalhães
Psicodelismo em Ipanema – João Penca e seus Miquinhos Amestrados
Estrelas – Ludov
Eu quero ser seu tamagotchi – Lucy and the Popsonics
Vem ni mim – Dado Dolabella
Wrapped around your finger – The Police
Anyone else but you – Michael Cera e Ellen Page
Robin Hood – The Rifles